quinta-feira, 20 de novembro de 2014

TOTALITARISMO MERCANTIL


 António Pereira a Quarta-feira, 2 de Fevereiro de 2011 às 22:24. O Impº.da mercadoria devora
as suas próprias entranhas. A Implosão dos sistemas politicos e religiosos sob o efeito do
consumismo já era um signo precursor do desmonoramento que o absolutismo económico provoca
ao amontoar atabalhoadamente as fortalezas absurdas da especulação. O Islão está corroído
pela lógica do mercado, sem fé nem Lei. Tal como o cristianismo, não escapará à soberania
Mercantil que dessacraliza ideias e crenças depenando-as no valor de troca. Os
confrontos entre facções- Nações, etnias, clãs, tribos, gangs, lóbis- tapam os caminhos da
solidariedade humana para melhor abrir a via da livre circulação do dinheiro salvador. O
Calvinismo dos negócios coloca o gládio da redenção financeira sobre o Homem. Os ministros do
Deus Logista gostariam de ser mestres de uma economia providencial, quando são apenas lacaios
de um mercado incontrolável que retira os derradeiros beneficios da sua destruição acelerada. Na
verdade, essa bolha financeira está destinada a estourar, sol apagado de um Universo onde as
sombras vão e vêm, densificando-se ou dissipando-se consoante o clima das cotações da Bolsa.
Oriunda do Mundo Agrário e do seu primitivismo mental, a modernidade mercantil regressa a ele.
Ei-la encarquilhada num recinto cavado pela tirania do comércio livre à glória do Deus Dinheiro,
cova destinada a servir de tumulo para a Humanidade inteira. O que ela anuncia assim não é o fim
dos tempos, mas sim o fim do seu tempo e do apocalipse permanenete de que retirou sempre os seus
beneficios. O perigo não reside tanto no desabamento do capitalismo financeiro,
mas antes no reflexo de morte que se arrisca a desencandear em todos os que não concebem apenas
a existência economizada até ao tutano. O fetichismo do dinheiro implica a renuncia de si mesmo
que tanto deve ao puritanismo; a renuncia da Vida engendra apenas comportamentos criminosos e
aberrantes( o rosto repleto de ódio dos islamitas e dos americanos adeptos da lei de talião é a face
da mesma moeda), ou por outro lado hedonistas consumistas, procurando um paliativo contra a
morte na compra de prazeres. Ora o mercado é idêntico e idêntica é a frustação gerada pela balança
da oferta e da procura num perfeito desprezo pela vida. Suportamos o assédio de uma desolação
tão propicia aos lucros bolsistas a curto termo quanto às radiaçôes mórbidas de uma existência
desprovida de atractivos.