MOLOCH

Hoje, gelou-se-me o
sangue nas veias.
O cheiro da morte bafejou
meus ouvidos; implacável,
brilhante e letal.
Só então, soube o que era
a vida que nasce em nós,
como cataratas de delirios
rejubilantes.
Para além da vida e da morte,
e separando todos os antagonismos
intelectuais. Está o sumo de Deus;
A LUZ...
Em actos de desespero existêncial,
procuram nas diversões, e,
para tal, utilizam os mais
sofisticados meios para esquecer,adormecer,
o ser divino que habita em nós.
Hoje sentimo-nos Bem!
A Divindade que habita a Lua
desperta em nós,
visões de choque
e de ternura.
Descobriu-se o véu que ocultava
as cidades de ouro.
E Moloch, deixou de ter influência
sobre nós.
Moloch é o Estado
Moloch e seus exércitos
puras maquinações,
hábeis e subtis.
Agora que “Acordámos”!
Moloch não passa de
de um tigre de
papel
Somos finalmente livres
Somos anarquistas...
07/Setembro/1991