segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

PÔR TERMO À POLITICA DA PROIBIÇÃO DO DINHEIRO


O que é empreendido em nome da rentabilidade merece ser desviado em
favor do vivente.
Qualquer projecto que tenha como finalidade melhorar a vida quotidiana
tem o direito de ir buscar ao dinheiro parasitário o financiamento necessário
para a sua execução.
O dinheiro pertence aos que descobrem o seu uso criando mais progresso
humano e não aos que o trocam para obterem mais lucro.
Nunca tantos fundos foram investidos e acumulados fora dos circuitos sociais.
O cofre real dos prevaricadores que gerem o Totalitarismo Financeiro
e retiram os seus beneficios da falência programada das suas últimas
prebendas esvazia os bolsos do povo, cujo pecúlio de subsistência não cessa
de se desvalorizar.

À semelhança do alcool, do tabaco, da cocaína e da heroína, que de
produtos perigosos no seu estado puro se tornam mortais devido aos
produtos deteriorados que lhes adicionam para obter mais lucros, o
dinheiro que a proibição financeira acumula na especulação bolsista,
e que vai retirar mafiosamente aos serviços públicos, aos recursos natu
rais e aos meios de subsistência, traz consigo a insignia da morte com a
qual ameaça a Terra e os seus habitantes.

É preciso retirar de uma massa financeira conquistada ludribriando o bem
público o suficiente para assegurar a cada cidadão, desde os 18 anos, uma
alocação de subsistência que acabe com a antiga maldição de ter de perder
a vida para a ganhar.
Inscrevendo-se no projecto de ultrapassagem da mercadoria e preparando
o reino da gratuidade, a doação universal de sobrevivência é uma medida
transitória que permite escapar aos hábitos insanos do trabalho forçado,aos
comportamentos mecânicos e ao espirito de dependência que vai alimentando
desde há milénios.

Na medida em que tende a revogar o reflexo da resignação, a mutação em
curso dos comportamentos e das mentalidades autoriza a pensar que alocação
universal de sobrevivência será recebida não como uma incitação imperiosa
para criar, mas como uma oportunidade, até hoje nunca concedida,
para usar os bens produzidos pela colectividade, a fim de viver de acordo
com os seus próprios desejos, desejando, sobretudo, o ser vivo.
Recuperar o dinheiro da finança Internacional satisfaz uma insólita di
versidade de interesses:
À velha economia de exploração, propõe uma sangria terapêutica impedindo
que a hipertenção das especulações monetárias acabe na
trombose de uma desvalorização mundial.
Ao neocapitalismo de reconversão, assegura uma acumulação primitiva
de capitais, indispensável ao desenvolvimento das energias renováveis
e da agricultura natural.

Para além de corrigir o erro da Comuna de Paris, que se absteve de se
apoderar das reservas do Banco de França, ela oferece à Revolução da
vida quotidiana o esboço de uma Sociedade em que o facto de criar
condições favoráveis à felicidade de todos desvalorizará e abolirá o
dinheiro,de facto.
Não há caminho, por muito longo que seja, que não possua o seu atalho.
Basta um pouco de criatividade.